Mas não era disso que eu queria falar.
Esperei a noite toda pra dizer sobre o insipiente equilíbrio que regula a vida. Mas não quero mais fazer o tratado que vim organizando durante todo esse tempo. Não. Pretendo apenas uma observação daquilo que já virou senso comum. Boa parte das pessoas sabe e entende que quando um lado da vida vai muito bem, obrigado, o outro ou os outros nem sempre acompanham essa calmaria.
Lembrei desse fato ao atentar para o dia que deverá ser o de hoje (ou amanhã, que eu ainda não dormi). Ultimamente, pouco posso reclamar. Por um lado. Por outro, bom… entre 0 e 10, fica no 5. E está razoável.
Seria demais querer que todos os aspectos da minha vida caminhassem harmoniosamente. Minha mãe costuma dizer que se fosse assim, não teria nenhuma graça. Sei lá se concordo. O que sei fazer é suspirar e continuar andando – como sempre fiz. Mas não é um suspiro de desânimo. Funciona, mais ou menos, como um estufar de peito antes da batalha. Imagine-se numa guerra: você, corpo-a-corpo com seu inimigo, um guerra de trincheiras, à la Primeira Grande Guerra. Antes de correr com a baioneta na mão, você enche o peito de ar. Dá a sensação de que se fica maior. E, se olhar meio de lado, no ápice da inspiração, os problemas parecem desse tamaninho. Bem petenos. Peteninos.
E daí, seguir andando não parece tão complicado.